Tolkien e a Numerologia - O Número Três

O Número Três

Este número tem os significados mais simbólicos.

Representa a trindade, a unidade de três qualidades diferentes; é o número de completude e das três qualidades morais cristãs - amor, esperança e fé.

O número Três limita tudo, pois tudo tem começo, meio e fim.

Os Três Anéis Élficos e seus portadores - A Trindade Preservadora

Três Anéis foram forjados pelo ferreiro élfico Celebrimbor por volta de 1600 S.A. e foram dados aos Senhores dos Elfos. 

Seus nomes eram Vilya, Nenya e Narya, as palavras em Quenya para água, ar e fogo.

Vilya ("ar"), o Anel do Ar, é feito de ouro com uma grande safira.

Celebrimbor o doou a Gil-galad, um poderoso senhor dos elfos, que o passou para o meio-elfo Elrond em 1701 SA O segundo anel, Nenya ("água"), é feito da prata dos anõea, Mithril, com um diamante encravado nele.

Foi dado a Galadriel. Narya ("fogo"), o terceiro anel, é feito de metal desconhecido com um rubi. Como Vilya, foi entregue a Gil-galad, que o entregou ao armador élfico Círdan, que, por sua vez, o entregou ao mago Gandalf.

Esses Anéis tinham o poder de preservar e proteger, e também ajudavam seus portadores a suportar o cansaço da Terra-Média e a carregar o fardo da vida que era realmente muito pesado, pois passavam o tempo lutando contra a ameaça e a destruição causada por Sauron.

Os nomes dos Anéis combinam com o material de que foram feitos e com as qualidades de seus portadores.

A pedra preciosa de Vilya, a safira azul, simboliza com sua cor o céu azul e, portanto, o ar, enquanto a pedra em Nenya é transparente como a água.

Esses dois anéis representam os elementos que geralmente são vistos como bastante calmos, embora possam ter poderes destrutivos - como seus portadores, que não lutam ativamente contra Sauron, mas que poderiam ser inimigos terríveis se desafiados.

A pedra preciosa em Narya é da cor do fogo, e cabe a Gandalf, já que ele é o mais ativo dos três portadores dos Anéis e há um fogo queimando dentro dele, impelindo que ele aja.

Os Elfos, seus Anéis e o Número Três

Certamente não é coincidência que Tolkien tenha escolhido três anéis para representar os bons poderes da Terra-Média. 

Entre todos os números, o Três é mais positivamente conotado.

Antes de tudo, está relacionado à idéia da Santíssima Trindade, encontrada em muitas religiões, como a unidade do Pai, Filho e Espírito Santo no cristianismo ou a unidade de Brahma, Vishnu e Shiva, os principais deuses do hinduísmo.

É também o número dos Três Reis Magos que vieram honrar o recém-nascido Cristo.

Os três Portadores dos Anéis, Elrond, Galadriel e Gandalf representam a Trindade da Terra-Média. 

Não se sabe se eles receberam tarefas especiais neste mundo quando receberam os Anéis, portanto, a resposta mais comum à pergunta por que eles e mais ninguém conseguiram os Anéis foi justamente o fato de serem as pessoas mais poderosas da Terra-Média naquele momento, o que contribui para a idéia da Trindade, eles podem ser vistos como uma tríade.

Ao usar esses anéis, eles são mais poderosos do que qualquer outro ser na Terra-Média e, embora não governem o mundo como deuses, eles têm o poder de protegê-lo e lutar contra poderes malignos como Sauron.

O número três geralmente une diferentes aspectos da vida, sentimentos etc., como as três qualidades positivas, negativas e neutras; a unidade do corpo, alma e espírito ou as três divisões da mente - Ego, Superego e Id.

Os Anéis formam uma conexão entre os três elementos Ar, Água e Fogo que são muito diferentes, mas ainda se complementam - ninguém poderia sobreviver se apenas um deles não existisse. Isso intensifica a importância desses anéis para a Terra-Média; se um deles se perdesse, se partisse ou - no pior cenário possível  - fosse controlado por Sauron, a Terra-Média pereceria.

Três também é o número das divisões do tempo, que são passado, presente e futuro.

Pode-se facilmente fazer uma conexão com os três anéis e seus portadores.

Os Anéis ajudaram a proteger os reinos de seus senhores do passado para o presente e o futuro, quase inalterados.

Cada um dos Portadores dos Anéis combina todas as três divisões, mas coloca sua ênfase em uma diferente.

Elrond pode ser visto como um elfo sábio que já viu muitos eventos importantes da Terra-Média; ele é uma das pessoas mais sábias do mundo.

O próprio Tolkien disse sobre Elrond que "ele representava a velha tradição e sabedoria". Ele também não esquece ou perdoa facilmente as coisas que aconteceram milhares de anos atrás; ainda está cheio de reprovações contra todos os homens porque Isildur, filho do rei númenoriano Elendil, conseguiu cortar o anel da mão de Sauron, mas não o destruiu quando teve a única chance de pôr um fim às ações de Sauron para sempre.

Isso faz de Elrond o Portador do Anel do passado.

Ele não é um elfo de ação precipitada, mas sabe fazer a coisa certa na hora certa, e também pode prever o futuro até certo ponto.

Gandalf é um poderoso mago e um dos três Portadores dos Anéis que está de fato no mundo lutando ativamente contra a ameaça de Sauron.

Foi ele quem contratou Bilbo Bolseiro, o tio de Frodo Bolseiro, para se juntar ao anão Thorin Escudo de Carvalho e seus companheiros em busca de recuperar seu reino em Erebor, a Montanha Solitária.

Ele passou incontáveis ​​anos procurando pelo Um Anel e pela criatura Gollum, que possuía esse Anel por um longo tempo, enquanto outros homens sábios apenas estavam sentados em seus reinos, pensando no paradeiro do Um, sem sequer considerar que ele poderia ter sido encontrado. Lutou contra Sauron várias vezes e, no final, ajudou Frodo Bolseiro em sua tarefa de finalmente destruir o Anel.

Ele viveu por um longo tempo e, portanto, também tem uma memória longa e, no entanto, ele representa o poder não apenas na sabedoria mas também em suas ações. Ele não vive em suas memórias ou em preocupações com o futuro, vive pelo presente.

Galadriel, por outro lado, se preocupa principalmente com o futuro e o que acontecerá com ela e seu Reino, Lothlórien, se o Um Anel for destruído.

O poder de todos os outros anéis desapareceria e muitas coisas que ela alcançou seriam perdidas; ela deseja que o Um tenha se perdido para sempre para que ela possa manter o poder sobre seu próprio Anel e, assim, continuar vivendo em Lothlórien. No entanto, ela sabe agora que o Anel foi encontrado e Sauron está ciente disso. Ele deve ser destruído, e isso a preocupa muito, pois seu trabalho em Lórien terá sido em vão se o poder de seu Anel desaparecer.

Além disso, sendo uma Elfa Noldor, ela não está livre da fome de poder, característica de seus parentes.

Pode-se ver claramente o quão importante esses três elfos e seus anéis são para o destino da Terra-Média, pois Tolkien escolheu o número três para representar as boas potências e isso implicitamente atribuiu muitas qualidades positivas a elas, além daquelas explicitamente

mencionado como sabedoria, força ou compaixão.